Gestão orçamentária: será que preciso fazer?
Diante de um cenário econômico marcado por incertezas, crises, guerras e até mesmo pandemias, não é difícil notar uma mudança no padrão de consumo das pessoas, bem como a reavaliação constante de prioridades, sejam elas relacionadas a produtos ou serviços.
Essa mudança comportamental traz de imediato uma reflexão para empresários de diversos setores: Como garantir a sobrevivência do meu negócio? Devo aumentar a produção visando uma oportunidade no mercado? Ou reduzo os investimentos, entendendo que será difícil recuperá-lo? E ainda: minha equipe está preparada para lidar com os desafios futuros?
Acredito que a resposta para tantas perguntas não é simples e exige uma análise detalhada do seu próprio negócio, levando em conta todas as suas variáveis, incluindo fatores internos e externos, riscos e oportunidades. E para iniciar esse processo de forma estruturada, é fundamental adotar, desde o princípio, uma adequada gestão orçamentária.
Mas, afinal, o que seria isso? E sendo um pequeno empresário, ainda assim preciso dessa ferramenta? Em resumo, a resposta à essa pergunta é um claro e enfático sim! E implementá-la pode ser bem mais simples do que parece.
Vejamos algumas etapas para isso:
- Desmembre seu negócio em partes: sejam elas setores, departamentos ou áreas. O importante é ter subgrupos com atividades e custos mensuráveis;
- Determine líderes para as áreas ou setores identificados no item anterior;
- Atribua a esses líderes a tarefa de listar as atividades e mensurar os gastos mensais para o ano corrente ou subsequente. É fundamental estimar os gastos da forma mais precisa possível, considerando a continuidade das operações e incluindo salários, encargos, manutenção, contratação de terceiros, viagens, entre outros;
- Some os gastos estimados por área para obter uma previsão mais realista do montante necessário para a continuidade operacional do negócio;
Embora as etapas acima forneçam um esboço inicial do orçamento, é importante destacar que somente esses itens não serão suficientes para garantir um planejamento financeiro de sucesso. Isso ocorre porque, ao olharmos individualmente para as áreas ou departamentos, tendemos a ser conservadores e naturalmente incluir uma “gordurinha” ou margem de segurança, resultando, consequentemente, em um orçamento inflado.
Nesse momento, entra em cena o gestor principal da empresa com o importante papel de colocar todos os departamentos em sintonia e capturar sinergias, visando “enxugar” o orçamento. Normalmente nessa etapa, considerando um cenário realista, é possível reduzir despesas em 10% a 15%, tornando o orçamento mais viável.
Essa é apenas uma das primeiras atividades para empresas de menor porte que não possuem processos ou controles bem definidos. A partir da elaboração do orçamento, surgem outros desdobramentos, como reuniões periódicas para acompanhamento dos gastos, controle orçado vs. realizado, realocação de verba para outros fins, etc.
Em resumo, o controle orçamentário desempenha um papel fundamental no sucesso das pequenas e médias empresas, fornecendo as ferramentas e os insights necessários para garantir uma gestão financeira eficiente e sólida. Em um ambiente empresarial cada vez mais complexo e desafiador, a gestão orçamentária não é apenas uma escolha, mas sim uma necessidade absoluta para garantir o sucesso e a sustentabilidade dos negócios.